quinta-feira, 18 de março de 2010

Curitiba se transforma em um grande palco público

Cena de OZINTOCÁVEIS peça de João Luiz Fiani, com atuação de Thierry Lummertz


Em janeiro Curitiba respira música e até as buzinas parecem estar em harmonia. Em março é hora de respirar e transpirar Teatro. As folhas caindo, anunciando o outono próximo, parecem estar bem ensaiadas e com as marcas estabelecidas. Desde o último dia 16 o Festival de Curitiba toma conta da cidade. Ao todo devem ser apresentadas na capital cerca de 400 peças dividas entre diversas mostras como: Fringe, Infantil, Risorama, etc.

Em sua 19a edição o evento já apresentou mais de três mil peças para um público de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. Além dos espetáculos, neste período também são realizados cursos, palestras, oficinas e festas.

A popularidade do Festival se deve em parte pelas apresentações gratuitas que acontecem nas praças e ruas de Curitiba. Para João Luiz Fiani, ator, diretor, dramaturgo, iluminador e cenógrafo, a iniciativa merece destaque. “Genial... Deveria ter muito mais! Muito mais! O teatro de rua tem essa função: popularizar! Aproximar o cidadão comum. A origem do teatro é essa. Deveriam ter muito mais ações como essa”, afirma. O ator Thierry Betazzi Lummertz,21 anos, compartilha da mesma opinião. “Essa iniciativa possibilita que todas as classes sociais tenham acesso à cultura, levando essa arte que é tão rica e maravilhosa a todos”, diz.


Cena de OZINTOCÁVEIS em cartaz no Teatro Lala Schneider

Ambos estarão em ação durante os próximos dias. Fiani conta que sua Companhia participa este ano, com 24 peças. “Uma verdadeira maratona! Atuarei como autor, diretor, produtor, e claro ator! Em cena estou em apenas uma. Nem Freud Explica, dias 26, 27 e 28 às 21h no Teatro Fernanda Montenegro”, conta. Lummertz se apresenta nos espetáculos Equus, dias 22, 23 e 24 na Casa de Teatro Edson e em Orquestra de Senhoritas, nos dias 25, 26 e 27 no Teatro Paulo Autran.

Apesar da correria, Fiani conta que pretende conferir algumas apresentações."Vou ver o que for possível. Inicialmente me programei para ver Perfídia Quase Perfeita do Cláudio Marinho e Vida do Márcio Abreu”, afirma. São estas também as sugestões dele. “Recomendo essas duas”.

O teatro tem espaço certo na cidade, não só neste mês, mas durante todo o ano. Para Fiani o público local já está consolidado, independente de atores curitibanos estarem ou não em destaque. “O público de Curitiba gosta de teatro. Gosta de arte. De cultura. Independentemente do sucesso nacional desse ou de outro ator! E sabe discernir o sucesso momentâneo com o que se faz com qualidade e seriedade em nosso teatro. O teatro curitibano é de extrema qualidade e independe de certos modismos e de "famosos" das novelas das 8”,explica. Para Lummertz, o reconhecimento de atores da cidade e do Estado, colabora para a valorização da arte. “Quanto mais os atores paranaenses se destacarem a nível nacional, maior será o reconhecimento das pessoas e consequentemente esta arte será mais valorizada na cidade”, conta.

O Festival de Curitiba é uma oportunidade ímpar para ver não só atores consagrados, mas também conhecer tudo o que se passa nos palcos da cidade durante o ano. Confira a programação completa do Festival de Curitiba 2010 no site:www.festivaldecuritiba.com.br/.

Entrevistas e Redação: Luana Gabriela da Silva
Fotos: Patrícia Basniak

domingo, 14 de março de 2010

O que é cultura?

O termo cultura se refere tanto a conhecimento, estudo, como à civilização e progresso. Daniel Piza conta que em 1996 a Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte realizou uma grande pesquisa que tinha por meta conhecer os valores e os hábitos culturais da cidade. Entre as diversas perguntas as pessoas deveriam responder: “Um filme de Steven Spielberg é cultura?” Mais de 2/3 dos entrevistados respondeu que não. O que este filme seria então, se não cultura?” (PIZA, 2003). Entretenimento, lazer, diriam provavelmente.

O que acontece, como mostrou a pesquisa mineira, é que a maioria das pessoas associa “cultura” a algo inatingível, exclusivo dos que lêem muitos livros e acumulavam muita informação, algo sério, complicado, sem a leveza de um filme passatempo. (PIZA, 2003,pág.) Ele ainda conclui afirmando que um filme como ET é sim cultura. “É óbvio que um filme de Spielberg é cultura, por lidar com signos, existe já uma vasta literatura psicanalítica com interpretações sobre ET.”

No dicionário:

cultura sf 1 V. Cultivo. 2 Agricultura, lavoura. 3 Estudo, erudição, conhecimento. Ex: Ele tem muita cultura. 4 Civilização, progresso, desenvolvimento. Ex: A cultura de um país.

Antônimo: Atraso.

Luana Gabriela

Você tem sede de quê?

“a gente não quer só comida
a gente quer comida, diversão e arte.
a gente não quer só comida,
a gente quer bebida, diversão, balé”

Titãs

Um novo blog para um assunto de interesse antigo, Jornalismo Cultural e Jornalismo Literário. Não pretendo de fato fazer aqui o jornalismo propriemente dito, com furos de assuntos, com abordagem inédita de temas. O que pretendo é dar vazão a este interesse profissional meu, ainda não explorado e não especializado.

Porque nem só de pão vive o homem, mas também de toda arte produzida, alimentando os sonhos, as ilusões, curando feridas, despertando amor e salvando vidas.

Você tem sede de quê?/Você tem fome de quê?