domingo, 18 de abril de 2010

Um Rascunho eternizado

Adjetivar como eterno um veículo que este ano comemora 10 anos de existência pode parecer um pouco exagerado. Mas não é. Isso porque o jornal literário Rascunho firmou neste período seu nome entre os maiores meios de comunicação com temática cultural do país. O reconhecimento vem do público, colaboradores e de grandes autores da literatura nacional, como Lygia Fagundes Telles e Dalton Trevisan.

O idealizador do jornal Rogério Pereira fala sobre o início do Rascunho, as parcerias e os próximos projetos.  Confira abaixo a entrevista completa.

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Capa nº 0


Rascunho completa em 2010 dez anos de existência. Como ele surgiu?

O Rascunho nasceu para ser um suplemento literário de Curitiba, sem grandes pretensões nacionais. Na época, os jornais da cidade não tinham (e até hoje não têm) um suplemento dedicado à literatura. Portanto, o jornal nasceu desta carência e da vontade de um grupo de jovens de fazer algo que consideravam interessante no jornalismo. Desde o início — e isso se explica, talvez, pelo ímpeto juvenil que nos rondava; todos tínhamos pouco mais de 20 anos e havíamos deixado a universidade recentemente —, o Rascunho sustentou uma proposta de crítica livre, sem vínculos com grupos, panelinhas, etc. Não queríamos fazer um suplemento parecido com o que ofereciam os grandes jornais. Partimos para uma “missão” um tanto iconoclasta. Hoje, mesmo com o amadurecimento do jornal, o Rascunho ainda é visto e reconhecido (o que é muito bom) como um veículo combativo, desapegado de tendências. Enfim, um amplo palco para discussões de maneira salutar e honesta. Também tínhamos uma preocupação em conceder espaço aos autores que estavam fora da grande mídia. Isso é uma marca do jornal que segue forte até hoje.



Neste período o jornal conquistou leitores, colaboradores e o respeito de autores consagrados como Lygia Fagundes Telles, Dalton Trevisan e Miguel Sanches Neto. Qual a importância disso para a consolidação do jornal como um veículo cultural no país?
O reconhecimento é fundamental para a existência do Rascunho. Hoje, ele circula em todo o país e é reconhecido com um veículo importante no cenário cultural do País.


Como é feita a distribuição do jornal? Ele pode ser encontrado em todo território nacional?
O Rascunho é distribuído em todo o País pelo Correio para assinantes e cortesias. Além disso, tem diversoso pontos de distribuição em Curitiba, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Também é encontrado nas 17 lojas da Livrarias Curitiba no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Além disso, mantemos parceria de distribuição com o Itamaraty (25 embaixadas do Brasil recebem o Rascunho), Fundação Cultural de Curitiba, Secretaria Municipal da Educação, Biblioteca Pública do Paraná, entre outros.


Atualmente o Rascuho foi selecionado para receber recursos do governo federal. Como você pretende aplicar este recurso?
Os recursos do edital do MinC (venda de 7 mil assinaturas anuais) serão utilizados para pagar as dívidas do jornal, fazer um novo site e manter o jornal vivo por pelo menos mais um ano.

A partir do jornal surgiu o Paiol Literário. Qual o objetivo do Paiol Literário como evento cultural já integrado ao calendário da cidade?
O Paiol Literário é um espaço para o contato do público com os escritores. É uma troca muito interessante. O projeto tem memória, pois todos os encontros são gravados, transcritos, editados e publicados no Rascunho e no site. Em breve, teremos um livro com os encontros já realizados. Até agora, foram 38.

Qual o próximo autor que participará do Paiol Literário?
Ainda não definimos. Será em 19 de maio.

Neste mês de abril a Fundação Cultural de Curitiba lançou o programa Curitiba Lê. Que tem como função aumentar a qualidade e a quantidade da leitura na cidade. São mais de 10 Casas da Leitura e ainda uma Estação da Leitura – no Terminal do Pinheirinho, onde é possível realizar o empréstimo de livros. O que você acha desse tipo de iniciativa?
Acho imprescindível o trabalho do Estado na difusão e incentivo à leitura. Eu fui um dos curadores do acervo desta iniciativa da Fundação Cultural de Curitiba.


Há algum contato entre a Fundação Cultural de Curitiba e você para possibilitar a distribuição do Rascunho nessas Casas da Leitura e na Estação da Leitura?
Nós mantemos um acordo de distribuição do Rascunho em diversos pontos administrados pela Fundação. Com certeza, o Rascunho estará presente nestas novas iniciativas.

Para quem quiser fazer a assinatura do jornal, qual a forma?
Basta acessar o site www.rascunho.com.br, preencher um cadastro. A cobrança bancária é enviada por e-mail. O jornal segue pelo correio. Simples. A assinatura anual custa R$ 60,00.

Quais os próximos projetos seus relacionados ao Rascunho?
Neste ano, teremos antologia das melhores entrevistas do Rascunho nestes 10 anos. Serão 2 volumes com 20 entrevistas cada. Além disso, teremos um novo site.

 
                                                    Capa da edição comemorativa de 10 anos

2 comentários:

  1. Oie Luana, como está nobre jornalista?
    Ótimo nome esse do seu site, hem mulher. Meio quilo, quinhentos gramas, quinhentos gês. O gê ainda pode ser o do ponto G. Que surjam 500 acessos ao ponto G. Mais depois. Independente da medida, que infinita cultura seja distribuída aos humanos. Meio quilo para cada: ótimo já. E busco mais rebeldia, marginalidade e surpresas nessa obra. Chute no comum. Assim continuarei o lendo. Beijo grande e boa sorte sempre.

    Henrique

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  2. Cara, adorei seu blog, entrevistas com o pessoal daqui, muito legal!
    Beijos, Dani

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